domingo, 6 de setembro de 2009
KRISTEN STEWART- A ESTRELA EM ASCENSÃO


Ela ainda tem só 19 anos, mas a estrela de Crepúsculo, Kristen Stewart, já está a conquistar Hollywood – do seu jeito.

Kristen Stewart é o mais recente ídolo adolescente da América. Estrela da saga Crepúsculo, a vampiresca paixão-doentia, ela tem o mundo aos seus pés. Mas, como convém a uma jovem actriz cuja carreira está repleta de papéis misantropos, Stewart pode ser uma pessoa complicada de entrevistar.

“Tipo, quando comecei o trabalho de Crepúsculo tive uma sessão de treino de imprensa”, disse ela quando lhe perguntei sobre sua antipatia de entrevistas, “eu já actuava há oito anos, e pensei, f***!” Eu fiquei, tipo, ‘Achas que vais juntar todas as minhas pequenas inseguranças e atirá-las pela janela? Tenho trabalhado por oito anos. Acha que me vais preparar para que coloque palavras doces na boca? Isso não vai acontecer ‘.”. Ela acalma-se enquanto sua agitação passional diminui.

Muitos jornalistas acham Stewart, 19, uma entrevistada difícil. Pessoalmente, ela é incrivelmente articulada e afiada, e enquanto está longe de se encantar com o processo da entrevista, ela é brilhante e pensativa e responde cada questão com cuidado.

É importante lembrar que ainda é uma adolescente – ainda que uma adolescente muito inteligente, que, muito possivelmente, ergue-se como líder dos talentos emergentes do sexo feminino em Hollywood.

Os tipos como Vanessa Hudgens, de High School Musical, e Emma Watson, de Harry Potter, podem achar-se grandes figuras de público, mas quando se trata de casar sucesso no ecrã com retornos de bilheteria, Stewart está bem no topo da árvore.

Como a liderança feminina em Crepúsculo, a saga vampirica extraída do best-seller de Stephenie Meyer, Stewart já ajudou a franquia a afundar suas presas em 380 milhões de dólares em bilheteria, retornando quase 10 vezes o seu orçamento de produção.

O segundo volume da série, Lua Noa, já está no ponto e ela começou a filmar o terceiro filme da série – Eclipse, no mês passado.


O seu talento está aí para todos verem, do seu filme de descoberta, o thriller de 2002, Sala de Pânico, em que interpreta a filha de 11 anos de idade de Jodie Foster, até O Silêncio de Melinda, de 2004, no qual interpreta uma rapariga 14 anos que, após ser violada, escolhe não falar.

Mas foi Crepúsculo que a tornou numa estrela internacional.

“Estou muito orgulhosa de Crepúsculo”, sorri ela, “e é bom que eu possa ser parte de algo tão grande.”

A franquia desenvolve-se em torno da personagem de Stewart, Bella Swan, uma jovem inteligente e muito tensa que muda-se para ficar com o seu pai, no noroeste do Pacífico, onde se apaixona por um vampiro. Ele chama-se Edward Cullen (Robert Pattinson) e é simplesmente a criatura mais perfeita da Terra. Após um doloroso embate de “será que sim / será que não?” no primeiro filme, eles encontram o amor, mas o segundo filme mostra-os separados.

Stewart diz: “Muito mais é apresentado e o segundo filme é um pouco mais intrigante em alguns aspectos. Edward deixa Bella, o que é interessante, considerando-se que o primeiro filme baseia-se inteiramente na sua devoção um ao outro, e vocês podems vê-los como ficam um sem o outro. E também há este outro personagem, Jacob (Taylor Lautner), que deve representar a luz e o calor. Depois que Edward vai embora, ele tira Bella de uma monotonia. E é realmente trágico. Há realmente muito mais com o que trabalhar.”

Ela diz que aprecia o que Crepúsculo fez pela sua carreira.

“Estou muito feliz por fazer esses filmes, não menos importantes, não porque a maioria dos filmes que fiz realmente não chegam a ver a luz do dia. São filmes pequenos, independentes. Mas os fãs realmente preocupam-se com a história de Crepúsculo.”

Lua Nova não estreia até Novembro, embora Stewart volte ao ecrã este mês.

Ela protagoniza Em, na agridoce comédia independente Adventureland, escrita e filmada por Greg Mottola, que realizou The Daytrippers e Superbad. Apesar de uma campanha de marketing um tanto equivocada e baixo desempenho nas bilheterias dos EUA (com apenas US $ 16 milhões), Adventureland é um conto ágil, criativo e completamente envolvente que oscila entre risadas de palhaçada e uma comédia mais escura, mais pungente e espirituosa.

A história foi retirada de experiências próprias de Mottola quando ele trabalhava num parque temático durante a sua juventude, e tem um sabor de 1980 que deve agradar a qualquer pessoa que cresceu nessa década. Também é extremamente bem arepresentado, com Jesse Eisenberg (A Lula e a Baleia), Ryan Reynolds (A proposta), Martin Starr (Ligeiramente Grávidos) e Bill Hader (Saturday Night Live), todos em brilhante forma.

A personagem de Stewart no filme, como se poderia esperar, oscila para o lado escuro, ela luta com uma vida familiar problemática e uma relação complicada com um homem muito mais velho, interpretado por Reynolds.

“Minha visão da história recai no facto de que Em é uma pessoa diferente dependendo de quem está com ela”, diz Stewart. “Ela recebe das pessoas o que ela precisa e pode reinventar-se, o que as pessoas fazem naturalmente. Não é como se fosse falsa, só que tem diferentes aspectos que pode mostrar a diferentes pessoas.”

Mottola acredita que Stewart está entre as melhores actrizes que surgiram em Hollywood nos últimos tempos. A sua carreira começou quando tinha apenas oito anos, com um pequeno papel no projecto da Disney Thirteenth Year (1999), e seguiu com papéis maiores, no filme independente The Safety of Objects (2001) e depois com Foster em Sala de Pânico.

Ela também representou em Garganta do Diabo (2003), com Sharon Stone e Dennis Quaid; Sociedade Feroz (2005); Zathura (2005), e, em seguida, Os Mensageiros, No Mundo Mulheres (ambos de 2006) e The Cake Eaters (2007), assumindo o papel de destaque em todos os três filmes.

Ela também apareceu no sucesso de Sean Penn como realizador, em Natureza Selvagem, de 2007, interpretando Tracy Tatro, de 16 anos – uma andarilha de trailer, que estabelece uma ligação romântica com o protagonista, Chris McCandless.

São as suas memórias de Foster e Penn que ressoam mais. Eles ensinaram-lhe alguma coisa?

“Na verdade, nenhum dos dois te quer dar conselhos”, disse ela sobre seus dois mentores mais importantes. “Eles apenas fazem deles próprios o exemplo, isso é tudo. Tenho recusado filmes grandes, porque há um filme pequenino que nunca vai sair e eu tenho que fazê-lo, porque se escapar vou-me odiar. Ensinaram-me a seguir somente projectos que me inspiram. Só trabalho com pessoas que me inspiram e têm uma convicção sobre as coisas e têm algo a dizer. Tenho tido muita sorte com meus realizadores, também, trabalhando sob a orientação de Sean Penn e Catherine Hardwicke, Crepúsculo.”

Com a sua família já bem-versada nos caminhos da indústria cinematográfica (o pai, John Stewart, já trabalhou como gerente de palco e produtor de televisão, enquanto a mãe, Jules Mann-Stewart, trabalhou como supervisora de guião), eles permitiram que Stewart deixasse a educação formal quando ela tinha 14 anos, continuando seus estudos longe do tumulto da vida de escola. Em relação à sua vida pessoal, ela tem evitado qualquer especulação sobre um romance com o colega no ecrã, Pattinson, e tem um relacionamento longo com Michael Angarano, seu colega do filme O Silêncio de Melinda.

“Odeio fofocas”, diz ela. “Acho que é uma razão pela qual nunca me senti muito confortável na escola. Fiquei feliz de deixar a escola. Agora estou com mais de 18 anos, as pessoas ficam, tipo, ‘Bem, sentes-te adulta agora? Não és mais uma menina, tecnicamente. Sentes que agora tens mais privilégios, sentes-te diferente? ‘ E tenho que dizer que sinto como se nada tivesse mudado. Nada mesmo. Sinto como se tivesse sido a mesma durante toda a minha vida, realmente. Sempre me senti adulta.

“E em relação a perder minha infância, também tive muitas responsabilidades. Muitas. Simplesmente terminar a escola foi difícil. Trabalhar em filmes? Levou todo o meu tempo, eu acho, mas preencheu o vazio com algo tão diferente e frutífero. Tudo bem. Na verdade isso é muito bom. Estou numa posição muito feliz.”

A respeito de todo o seu sucesso, Stewart insiste que não tinha um grande esquema planeado – não havia nenhuma estratégia de-estrela-independente-para-rainha-adolescente.

“É verdade, não tenho um grande plano”, diz ela. “Não planeio as coisas. Não olho para um projecto e como se relaciona com os outros. Não é tipo, oh, este é o próximo passo e isto é provavelmente inteligente para mim.” Adventureland, por exemplo, era algo que queria fazer porque as personagens eram fáceis para investir. Eles parecem pessoas reais – sentires-te responsável por alguém que sentes que vai morrer logo na página, a menos que a tragas para a vida. Sempre que sentes isso, é algo que vale a pena.

Stewart é madura o suficiente para perceber que Crepúsculo abriu muitas portas para ela.

Ela diz: “O sucesso do filme tornou mais fácil fazer as coisas que realmente gosto, coisas como um filme independente que ninguém iria normalmente ver. Agora as pessoas ficam, tipo, Oh, vamos ver este filme a Bella a fazer stripp, vai ser louco! “

O filme de stripper em questão é o meio independente Welcome To The Rileys, um drama sombrio que Stewart filmou com James Gandolfini, logo depois do primeiro filme Crepúsculo. Ainda não tem uma data de lançamento.

“Interpreto uma rapariga muito problemática que é uma fugitiva”, diz Stewart. “Ela é uma raparig de rua. Tabalha num clube de strip e James Gandolfini esse personagem mais velho que é está meio que morto por dentro, e eles acordam um ao outro. É muito bom”.

Após Welcome To The Rileys, ela completou The Runaways, que terminou as filmagens no final de julho. O filme foi elaborado a partir de um guião intrigante escrito por Floria Sigismondi, que também dirige, e centra-se nos tempos iniciais da banda de rock feminina dos anos 70, The Runaways, com um foco especial nas fundadoras, a guitarrista Joan Jett (interpretada por Stewart) e a vocalista Cherie Currie (Dakota Fanning).

O guião é levemente baseado na autobiografia de Currie, embora Jett disse que “absolutamente não é um biografia cinematográrica”. Ela acrescentou: “Não é facto-por-facto. O que eles fizeram foi basicamente pegar elementos da história de The Runaways e criaram uma narrativa paralela.”

Essa narrativa foi impulsionado pela presença de ambas as mulheres no set, e não é nenhuma surpresa que Stewart formou um vínculo com a roqueira ícone Jett.

“Joan é como um modelo notável para qualquer jovem”, diz Stewart. “Ela também é uma activista e uma feminista. E a relação que é realmente interessante no filme é Cherie e Joan, as duas líderes da banda. Elas fizeram tatuagens juntas no Japão e, obviamente, ainda têm essas tatuagens. Eu adorei isso porque é uma parte divertida do filme.” Ela acrescenta: “A verdadeira questão, porém, é o grande conflito. Cherie não consegue lidar com o sucesso, ela nem quer, necessariamente, a esse respeito, enquanto Joan é uma pessoa muito firme, autoconfiante e ela sabe que isto pode ser o pontapé de saída da sua carreira. Então, ver tudo desmoronar e vê-la ainda em pé, é uma cena realmente explosiva. Amperes explodem e guitarras são esmagadas.”

Tudo isso soa bastante apropriado. Assim como Jett, Stewart é uma artista apaixonada e talentosa, e como aqueles que deram o seu treino de imprensa sabem muito bem, ela não vai se conformar sem luta.

Adventureland estará nos cinemas em 11 de setembro.


Fonte: Twilight Portugal